Diferenciar o pacu da piranha é uma das dúvidas mais comuns de quem visita o Pantanal e a Amazônia. Embora esses peixes compartilhem algumas semelhanças, possuem características físicas, comportamentais e alimentares muito distintas. Saber identificá-los não só evita acidentes, como também ajuda a valorizar a riqueza da biodiversidade brasileira.
Além disso, tanto pacus quanto algumas espécies de piranhas têm uma habilidade surpreendente: podem respirar fora da água por períodos curtos, uma adaptação vital em ambientes com pouco oxigênio.
Diferenças principais entre pacu e piranha
Tamanho e formato do corpo
• Pacu: corpo arredondado, robusto, chegando a 70 cm de comprimento e até 25 kg. É considerado um peixe de grande porte nos rios brasileiros.
• Piranha: menor e com corpo mais comprimido lateralmente, geralmente entre 15 e 40 cm, embora algumas espécies maiores possam chegar a 50 cm.
Boca e dentes
• Pacu: possui dentes retos e largos, muito parecidos com dentes humanos. Eles são adaptados para quebrar frutos, sementes e vegetais que caem nos rios.
• Piranha: dentes triangulares, afiados e serrilhados, lembrando pequenas navalhas. Essa característica a torna uma predadora eficiente.
Alimentação
• Pacu: onívoro, mas com forte preferência por frutos e sementes. Atua como um verdadeiro “jardineiro dos rios”, pois ao consumir frutos ajuda na dispersão de sementes.
• Piranha: carnívora. Alimenta-se de outros peixes, insetos aquáticos e até carcaças. Em situações de escassez, pode atacar animais maiores.
Comportamento
• Pacu: pacífico, vive em cardumes tranquilos e não representa risco para humanos.
• Piranha: agressiva e territorial. Ataques a humanos são raros, mas podem ocorrer em períodos de reprodução ou quando há falta de alimento.
A incrível respiração fora da água
Em determinadas condições, tanto pacus quanto algumas espécies de piranhas conseguem sobreviver em águas pobres em oxigênio. Isso acontece porque possuem uma bexiga natatória modificada, que funciona quase como um pulmão.
Essa adaptação é especialmente útil na seca amazônica, quando igarapés e lagoas ficam rasos, e a água perde qualidade. Graças a essa capacidade, esses peixes conseguem respirar oxigênio atmosférico e sobreviver por mais tempo fora d’água.
Curiosidades sobre o pacu
• Considerado um dos peixes mais importantes para o equilíbrio ecológico, já que ajuda a regenerar florestas ao espalhar sementes.
• É muito apreciado na culinária brasileira, especialmente no Pantanal, onde é assado ou grelhado.
• Apesar da fama pacífica, em algumas regiões existem histórias folclóricas sobre “mordidas de pacu” em banhistas, mas os casos são raríssimos.
Curiosidades sobre a piranha
• A fama de predadora feroz é exagerada pelo cinema. Na realidade, só atacam em situações específicas.
• É símbolo da culinária regional em Mato Grosso do Sul, no famoso caldo de piranha, considerado um prato revigorante.
• Povos indígenas utilizavam seus dentes como ferramentas para cortar fibras vegetais e até como pontas de flechas.
Como identificar pacu e piranha na prática
1. Olhe os dentes:
• Dentes retos → pacu.
• Dentes afiados em lâmina → piranha.
2. Observe o corpo:
• Mais arredondado e pesado → pacu.
• Menor e comprimido lateralmente → piranha.
3. Comportamento:
• Nado tranquilo em cardumes grandes → pacu.
• Movimentos ágeis, defensivos e agressivos → piranha.
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Importância ecológica
Tanto o pacu quanto a piranha são essenciais para a saúde dos rios brasileiros:
• Pacu: contribui diretamente para a regeneração das matas ciliares ao espalhar sementes.
• Piranha: funciona como reguladora de populações de peixes, evitando desequilíbrio na cadeia alimentar.
Sem esses dois peixes, os ecossistemas aquáticos da Amazônia e do Pantanal não seriam os mesmos.
Perguntas frequentes
1. O pacu é perigoso para humanos?
Não. Seu foco é em frutos e sementes, não carne. Casos de mordidas são extremamente raros.
2. A piranha ataca pessoas com frequência?
Não. Ataques só ocorrem em períodos de reprodução ou quando estão sob estresse alimentar.
3. Onde encontro pacus e piranhas no Brasil?
Principalmente na Amazônia e no Pantanal, mas também em rios da América do Sul.
4. Eles realmente respiram fora da água?
Sim. Essa adaptação garante a sobrevivência em águas com baixo oxigênio, mas apenas por períodos curtos.
5. Ambos são consumidos na culinária?
Sim. O pacu é mais valorizado, enquanto a piranha é tradicional em sopas e caldos regionais.
Embora muitas vezes confundidos, pacu e piranha são peixes bem diferentes. O pacu, com seu comportamento pacífico e dieta à base de frutos, é essencial para regenerar florestas. Já a piranha, com seus dentes afiados e fama de predadora, mantém o equilíbrio das populações aquáticas.
Saber identificar cada espécie enriquece a experiência de pescadores, turistas e amantes da natureza — além de reforçar a importância de preservar os ecossistemas únicos da Amazônia e do Pantanal.
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